Exploração sexual de crianças e adolescentes: um crime

Brasília, 06 de Outubro de 2018
Crianças e adolescentes são os elos mais fracos de diversas cadeias: a da falta de educação e saúde, do trabalho infantil, da violência doméstica e, inclusive, da exploração sexual. Só no nordeste são 644 pontos de vulnerabilidade para este tipo de crime mapeados pela Polícia Rodoviária Federal. A região que lidera o ranking é seguida pelo sudeste e pelo norte. As formas de prevenção e combate a essa violência são temas do Diálogo Brasil, comandado pelo jornalista Maranhão Viegas. Karina Figueiredo, Secretária Executiva do Comitê Nacional de Enfrentamento à Violência Sexual contra Crianças e Adolescentes, é uma das convidadas e explica que exploração sexual é aquela que envolve algum ganho, seja ele dinheiro ou não. Ela conta que em muitos lugares, por causa da fome, crianças são exploradas sexualmente em troca de comida. Ela defende que a proteção da criança tenha que ser alvo prioritário de políticas públicas. “Se a gente não tiver orçamento garantido para implementar essas políticas a gente não consegue avançar. A nossa Constituição fala que criança e adolescente é prioridade absoluta, o ECA também fala, mas a gente não consegue ver isso materializado no orçamento”, afirma a secretária.

A outra convidada é Perla Ribeiro, subsecretária de Políticas para Crianças do Distrito Federal, que ressalta que esse tipo de violência traz consequências para a vida toda da criança e do adolescente, principalmente se os traumas não forem tratados adequadamente. Para ela, o combate passa necessariamente pela educação e pelo acolhimento do que a vítima fala. “A escola tem papel fundamental, principalmente na prevenção à violência sexual. A gente precisa falar com a criança sobre seu corpo e isso através de uma educação sexual feita com responsabilidade. Mas hoje, infelizmente, a gente tem enfrentado alguns discursos conservadores que, na verdade, vão na contramão do que a gente precisa para o enfrentamento à violência sexual”, dispara Perla.

Também participam, por vídeo, desse bate-papo, Eva Dengler, gerente de projetos especiais da Childhood Brasil; Lidia Rodrigues, representante da Rede ECPAT Brasil; Igor de Carvalho, presidente da Comissão Nacional de Direitos Humanos da Polícia Rodoviária Federal e Julieta Jacob, escritora e educadora sexual.

O Diálogo Brasil vai ao ar toda segunda-feira, às 22h15, na TV Brasil.
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